Uma vida
Nascimento, infância e juventude
Sophia de Mello Breyner nasceu a 6 de novembro de 1919 no Porto. A escritora é filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno, pois o seu avô, Jan Andresen, emigrou para Portugal. O filho de Jan,pai da poetisa, comprou, em 1895, a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto, onde cresceu a sua filha Sophia e os seus restantes filhos. A mãe de Sophia de Mello Breyner, Maria Amélia de Mello Breyner, é filha de Tomás de Mello Breyner, conde de Mafra, médico e amigo do rei D. Carlos. Maria Amélia é também neta do capitalista Henrique Burnay,conde de Burnay.
Descendente de uma família de aristocratas, foi criada e educada com os valores tradicionais da moral cristã,a escritora portuguesa, permaneceu católica até é sua morte, dando sempre grande valor à igreja. Dá também um grande destaque ,nas suas obras, ao mar e ao tempo passado na sua infância perto do mesmo, principalmente na Praia da Granja.
Antes de aprender a ler já sabia de cor versos de Camões e de Antero, aos 12 anos já escrevia os seus próprios poemas. Fez o ensino secundário no Colégio do Sagrado Coração de Maria, no Porto, e mudou-se aos 17 anos para Lisboa, onde frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, devido ao seu grande fascínio pelo mundo grego, ainda visível em muitas das suas obras. No ano de 1939 desistiu do seu curso, mas durante o período em que estudou filologia colaborou com a revista "Cadernos de Poesia", onde conviveu com autores como Jorge de Sena, Ruy Cinatti, entre outros.
"Será o mesmo brilho, a mesma festa / Será o mesmo jardim à minha porta", Quando
Vida adulta
A vida adulta de Sophia começou em 1940, quando publicou os seus primeiros versos nos "Cadernos de Poesia".
"Era o regresso sem fim e a claridade", Paisagem
Características da sua obra
A poesia de Sophia apresenta métrica livre, pontuação quase inexistente, ilustrando, assim, traços de liberdade e de fantasia.
Recorre a processos estilísticos como metáfora e comparação, frequentemente associadas à comunhão do sujeito poético com a natureza; o assíndeto, a anáfora, a imagem e as alegorias vincam a afirmação de uma escrita pessoal, marcada pela fantasia e pela liberdade; a anáfora cria um ritmo repetitivo, insistindo nalguma ideia, sensação ou emoção.
"Ausentes são os Deuses mas presidem", Ausentes
Prémios e condecorações
"Nenhuma ausência é mais funda do que a tua", Ausência
Homenagens
As principais homenagens que Sophia de Mello Breyner Andresen recebeu foram: em 1983, pelo conjunto da sua obra, um prémio da crítica do centro português da associação Internacional de críticos literários, em 1989 ganhou o prémio Calouste Gulbenkian de literatura para crianças, em 1995 ganhou placa de honra do prémio Francesco Petrarca, em 1999 foi a primeira mulher portuguesa a receber o prémio Camões e em 2003 o prémio Rainha Sofia de poesia Ibero - Americana.
"O mar beijando a areia" Azul
Obras principais
Poesia, 1944
Dia do mar, 1947
No tempo dividido, 1954
Mar novo, 1958
Fada Oriana, 1958
Livro sexto, 1962
A floresta, 1968
Histórias da terra e do mar, 1984
Um verso de Sophia
Para saber mais...
Biblioteca Nacional:
https://purl.pt/19841/1/bibliografia/bibliografia.html
Jornal Público:
Porto Editora:
https://www.portoeditora.pt/autor/sophia-de-mello-breyner-andresen
Bertrand:
https://www.bertrand.pt/autor/sophia-de-mello-breyner-andresen/652
"Ao vendedor de jornais ao vendedor de tabaco"